Era
uma tarde de novembro, ela parecia angustiada e sem norte, seu rosto
refletia um profundo pesar. Inciado o pregão, a petição é lida e
antes do ato ser concluído, em vão era o esforço em conter as
lágrimas. O momento era de emoção, dali, acreditava ela, seria um
divisor de águas na sua vida.
Após
a leitura incial, um silencio de cerca de 3 segundos pairou pela
sala, o juiz olha para as partes e pergunta se há algum acordo, a
mãe da criança logo se pronuncia: o filho é meu e eu não dou o
direito de visita.
Nesse
momento aquelas lagrimas sutis se tranforma em um choro quase
incontrolável!
-
tragam uma água para esse senhora, pediu o juiz. Com a voz embargada
ela agradece, quase não podendo mais falar…
prosigamos
disse o juiz.
Bem,
trata-se do direito de visita da menor de 5 anos a residência de sua
avó paterna… Excelência eu não aceito… aqui a senhora só fala
quando eu autorizar interrompeu o juiz aquela mãe com voz em tom de
autoritarismo!
Pois
bem, continuando os trabalhos a Sra. M.F.S.A informa no autos que
tentou sem sucesso de acordo ter o direito a convivencia com sua neta
a menos G.B.S.F, que a mãe impede de a mesma manter qualquer tipo de
aproximação com a menor, que isso já foi e ainda continua sendo
fruto de muitos conflitos e injustiças, tendo inclusive prejudicado
no desenvolvimento escolar, social, fisico e emocional da menor.
Consta
ainda nos autos a informação de um tragico fim do relacionamento
entre os pais da menor que por conta desse evento a menor teve se se
mudar para a casa da avó materna, local onde também mora a sua
genitora.
Inquieta
e demonstrando ansiedade para falar, o juiz da a oportunidade para a
mãe da menor se manifestar. Sra. F.G.F.B o que justifica toda essa
situação?
A
mãe fala descompensadamente alegando acusações diversas acerca de
fatos envolvendo a menor, o pai e a avó paterna. Uma fala pesada,
sem objetividade, cheia de mágoas, rancores e o pior, sem muito
fundamento e nexo, enquanto isso a avó amparada pelo filho tenta
conter as lágrimas.
A
senhora consegue falar? Pergunta o juiz a avó paterna da menor?
Excelência,
é um momento muito difícil para mim, quando soube da vinda da minha
neta, minha vida passou a ter outro sentido, estávamos passando por
um momento doloroso em família, ela veio para coroar a nossa
felicidade, e não é exagero dizer que ela é um dos meus sentidos
para viver. Tenho até hoje o quartinho dela todo decorado lá em
casa, sabendo que tenho tanto amor para acolhê-la, fico triste e
desapontada quando tenho noticias de que ela estive triste, que
queria me ver, visitar a vovozinha, saber que por diversas noites ela
esteve na ausência do pai e da avo paterna enquanto a mãe, de forma
até justa, estava se divertindo, mas tirando o direito da própria
filha de conviver com seus lacos familiares mais próximos de amor.
Tenho vínculos profundos de amor com minha neta. Ela é uma criança
muito especial para nos. E juntas aprendemos sobre a natureza,
passeios, bordado, cozinha, eu tenho muito orgulho em dizer que foi
através dessa convivência que ela inciou os seus primeiros
aprendizados escolares, então é muito difícil acreditar que esse
sonho acabou por conta de um capricho, orgulho, magoas de um fim de
relacionamento entre os pais da minha doce netinha que nada tem a ver
sobre tudo isso, sendo tão somente vítima dos fatos das quais nada
tem poder, e nada podemos fazer diante de um fim de relacionamento,
senão tentar aceitar o fim, recomeçar a vida e respeitar os
sentimos de amor.
Tudo
que eu mais quero é a minha netinha de volta!
Continua
na próxima audiência…
O único sentido
desse texto é para comprovar que eu não tomei a decisão errada…
Eu: em 17-07-2019
– sentindo uma profunda tristeza nesse exato momento nas horas 14 e
49 minutos – pensando em desistir de tudo...